Gente do Céu, esse Marek me deu trabalho, viu? O primeiro conto estava com seis páginas e eu nem fazia ideia de como chegar aos finalmentes. Depois eu comecei a achar meio "viajandão" e comecei outro. Esse também foi lá para as seis páginas e eu não fazia ideia de como sequer introduzir a mocinha na história.
No primeiro a mocinha já estava, logo de cara, mas depois fiquei meio na dúvida com o enredo. O segundo tinha o enredo legal mas não estava conseguindo colocar a mocinha de maneira convincente com o Marek.
De repente me dei conta que a minha dificuldade estava em querer adaptar o conto para uma coisa parecida com o filme, numa época medieval.
Isso não é necessariamente importante, né? Ele pode ser um arqueólogo nos tempos de hoje, né? Aliás, ele é, só foi transportado para o passado.
E depois que eu decidi fazer um enredo no presente a coisa deslanchou fácil.
Único porém: eu reclamei que os outros dois estavam com seis páginas? Esse deu 17!
E um detalhe: quis dar um ar mais romântico porque o Marek é um herói romântico então não sei se ficou tão erótico quanto os outros. Vocês decidirão.
Marek entrou na tenda do professor, que lhe falou sem rodeios.
- Marek, preciso de um imenso favor. Se você não fosse o melhor da minha equipe não lhe pediria isso, mas só você pode me ajudar no momento.
Marek o olhou interrogativamente, esperando ele acabar com o suspense.
- Acabo de receber uma informação de que nossos amigos no Egito descobriram vestígios de uma cidade da época de Ramsés.
Marek exultou com a noticia embora o momento não fosse ideal para ele.
- Sei que prometi lhe dar férias dentro de uma semana, mas preciso que você vá até lá para garantir o lugar de nossa equipe nessa exploração. Recebemos a informação antes de todos, mas logo, logo várias equipes estarão lá.
A mente de Marek processava rapidamente essa informação e o professor tomou seu silêncio como relutância.
- Só preciso que me dê uma semana, é o tempo que precisamos para terminar aqui e depois iremos diretamente ao Egito e você estará livre para tirar suas férias.
Seis anos entre o trabalho na Universidade, as explorações, pesquisas, estudos, palestras. Desde que se juntara à equipe do professor Marek era um membro dedicado, mas agora precisa de um tempo. Não que estivesse cansado da arqueologia, jamais! Arqueologia era sua vida, sua paixão, mas ultimamente andava aborrecido e um pouco estressado. Precisava de férias antes que a situação atrapalhasse sua vida.
O professor lhe dissera que um guia o levaria até o local e o ajudaria durante a semana em que ficaria lá. Segundo ele, era um nativo e uma pessoa experiente.
Marek fora para o hotel, seu guia estaria lá no dia seguinte ás 08:00, portanto, ele jantou e foi logo para cama.
O toque do telefone o despertou às 07:00. Ele tomou um banho, tomou seu café no quarto e desceu.
No hall do hotel uma mulher jovem de jeans, camiseta branca e tênis se aproximou dele.
- Sr. Marek? – ela perguntou sorrindo.
- Sim.
- Sou sua guia. Meu nome é Layla.
- Você é minha guia? O professor me disse que seria um guia.
Não que ele achasse ruim. Ela era bonita, deveria ter quase trinta anos, tinha um sorriso simpático e olhos castanhos inteligentes. O cabelo, também castanho, estava preso num rabo de cavalo dando-lhe um ar jovial.
- Sinto lhe decepcionar, mas o seu guia original adoeceu e coube a mim a tarefa de levá-lo ao local da escavação, espero que não se importe – ela sorriu e colocando os óculos escuros o chamou- Vamos?
Antes que ele pudesse responder ela já se dirigia para fora. Um jipe enorme estava parado próximo à calçada.
- Já está tudo pronto?
- Quando o professor confirmou que você vinha, providenciamos tudo. Estão todos muito empolgados com a descoberta e precisamos ser rápidos. A importância disso e a euforia que vai provocar vai ser inimaginável.
- Estou cada vez mais curioso. Pena que não poderei ficar até o final.
- Por quê? Algum problema? – perguntou ela guiando o carro pelo trânsito confuso da cidade.
- Problema não, mas era para eu estar de férias exatamente hoje – ele fez uma cara frustrada.
Ele deveria estar realmente cansado para não ficar empolgado com o que estava por vir, pensou ela.
- Não se preocupe, logo, logo eles estarão aqui e você estará livre para ir.
- Não vejo a hora – ele suspirou.
Depois de desviar com habilidade do trânsito caótico finalmente pegaram a estrada.
- Você é arqueóloga ou somente guia?
- Sou arqueóloga também.Trabalho na universidade daqui. O pessoal conhece o professor e o admira muito.
Conversaram sobre o professor, o trabalho de campo, as universidades. Ela tinha uma boa conversa, era uma mulher inteligente e bem informada e ele se sentia bem na companhia dela.
- Não sabia que a Universidade do Cairo tinha curso de Arqueologia – ele observou intrigado.
- E não tem – respondeu ela sorrindo – Sou formada pela Universidade de Oxford.
- É mesmo?
- Sim. Vim para a Universidade do Cairo para fazer meu mestrado em Sociologia e Antropologia.
- Sério? Mas quantos anos você tem?
- Tá me achando com cara de menininha pra fazer mestrado? – perguntou ela se divertindo com a situação.
- Na verdade estou.
Ela riu com gosto.
- Ah, pelo menos ganhei meu dia. Sr. Marek, já passei dos trinta faz tempo.
Ele ficou surpreso. Realmente não parecia.
- Creio que devo agradecer ao meu pai por isso. Ele era egípcio e minha mãe inglesa. Sou branca, mas tenho o sangue moreno dele e isso é uma vantagem contra a passagem do tempo.
- Você nasceu aqui?
- Nasci na Inglaterra, mas sempre ligada à cultura egípcia. Fui criada entre os dois mundos.
- E qual dos dois prefere?
- É difícil dizer, cada um deles têm suas vantagens e desvantagens.
A viagem durou umas duas horas, mas eles conversaram bastante. Marek se surpreendeu por se sentir tão bem na companhia de uma pessoa que mal conhecia. Não se sentia relaxado assim há muito tempo.
Chegaram ao local e prontamente começaram a armar suas barracas.
Ela lhe mostrou o local que já havia sido demarcado pelo pessoal da Universidade. Como ainda era cedo eles resolveram começar o trabalho.
Em sua barraca Layla tirou o jeans e o trocou por um short e os tênis por botas e reforçou o filtro solar no corpo. Colocou um boné, pegou seu material.
- Vamos à luta!
Marek admirou discretamente as bonitas pernas bronzeadas.
Apesar de sua formação acadêmica ela não tinha muita experiência de campo e perguntou muitas coisas para Marek.
Arqueologia era uma ciência que exigia paciência, atenção, cuidado e metodologia mas sobretudo paixão.
Pararam para comer depois continuaram até quando ainda restava luz e logo se recolheram, pois ambos estavam cansados.
No dia seguinte iniciaram novamente suas tarefas. Marek constantemente mantinha o professor informado.
Logo após o almoço Layla estava escavando cuidadosamente uma outra área um pouco afastada de Marek quando sentiu o chão desabar aos seus pés.
Caíra de uma altura de uns dois metros, mal tivera tempo de se mexer.
Marek gritava por ela. O buraco que havia desmoronado agora era enorme.
- Você está bem? Se machucou?
- Estou bem.
- Espere aí que vou pegar uma corda.
- Desça até aqui.
- O quê?
- Venha ver isso – ela pediu colocando-se em pé com dificuldade.
Ele desceu rapidamente e lá embaixo conseguiram visualizar pela luz que entrava pelo buraco, várias entradas de túneis.
- O que será que tem nesses túneis? – perguntou ele iluminando uma parede com a lanterna.
Havia inscrições gravadas na pedra.
- Me ajude a me aproximar – Layla pediu
- Oh, desculpe – ele se aproximou e ela colocou o braço sobre o ombro dele. Ele a enlaçou pela cintura e por um instante os olhos deles se cruzaram.
Ela sentiu um arrepio. Podia sentir os músculos dele sob o tecido da camisa. Desviou os olhos rapidamente e fixou sua atenção na parede.
Eles se aproximaram, ela estudou as inscrições durante um tempo depois disse:
- Parece que descobrimos uma cidade subterrânea aqui.
- Isso é incrível! – ele disse
- Isso é maravilhoso! – ela completou.
Enquanto seus olhos observavam fascinados aquela incrível descoberta, todo o corpo dela estava em alerta por causa da proximidade dele ao seu lado, o braço forte em sua cintura.
Num movimento ansioso dele ela gemeu.
- Ah, desculpe. Vou tirar você daqui. Você acha que consegue subir por uma escada de corda?
- Sim, não quebrei nada.
Ele subiu rapidamente e jogou uma escada de corda. Ela conseguiu subir com uma certa dificuldade. Lá em cima ela a pegou pela cintura e ela se apoiou novamente nos braços dele. Evitou os olhos dele, mas os seus focalizaram diretamente na boca, o que não ajudou muito.
Ela a guiou até a entrada de sua barraca e a fez sentar.
- Tem certeza que não quebrou nada?
- Creio que não, apesar de estar doendo muito.
- Está bem inchado, vamos tirar essa bota.
Ele tirou sua bota e apalpou o pé e cuidadosamente girou-o para os lados.
- Pelo jeito não quebrou nada. Você só precisa de repouso e analgésico.
- O analgésico seria perfeito.
Ele foi pegar e na volta anunciou.
- O jantar hoje fica por minha conta.
- Que maravilha! Enquanto você faz o jantar vou “tomar um banho”.
Diante dessas palavras ele a olhou de uma maneira que ela preferiu ignorar.
- Precisa de ajuda?
Ele fez a pergunta de uma maneira simples, natural, livre de qualquer entonação de malícia, mas mesmo assim o coração dela insistiu em disparar.
- Não, obrigada, acho que posso me virar.
Com um pouco de dificuldade ela entrou na barraca e com cuidado pegou os apetrechos para o “banho”.
Esse era um dos melhores momentos do dia, aliviar o calor sentindo a água escorrer pelo corpo. Apesar do pouco espaço e da pouca água o ato era apreciado justamente por ser tão precioso.
Mas mesmo a água fria, normalmente tão relaxante, hoje não conseguiu acalmar seus nervos. Sua memória ainda tinha registrado o contato com o corpo quente dele.
Não queria pensar nisso, não podia.
Assim que ela entrou na barraca Marek também foi para a sua. A idéia de um banho era por demais convidativa e ele gostaria de estar igualmente limpo quando ela voltasse. O problema era que ele não conseguia parar de pensar nela. Ficava imaginando a água escorrendo pelas bonitas pernas e logo todo o resto tomava conta de mente dele.
Precisava se acalmar e a água fria não estava ajudando. Lembrou-se da garrafa de vinho que o professor lhe dera antes de sua partida. Era um costume da equipe comemorar e o professor quis que ele trouxesse a bebida.
Ele precisava de algo mais forte, mas era melhor assim.
Quando Layla saiu ele havia feito uma pequena fogueira e uma pequena panela fervia.
- O cheiro está bom, o que é?
- Melhor não perguntar – ele respondeu brincando.
Ela riu e ele admirou o tom dourado que a fogueira emprestava à sua pele. Ela usava uma camiseta regata e uma bermuda.
- Vou confiar em você, hein?
- Prometo que não é nada venenoso, mas não garanto como seu estômago vai reagir.
Ele riu da cara chocada dela e mexeu o conteúdo da panela. Ela notou que os cabelos dele estavam molhados. Ele também tinha tomado banho e isso a perturbou.
Estava sentada à beira de uma fogueira no meio do deserto, sob um céu escuro, pontilhado por milhares de estrelas e uma lua linda ao lado de um homem que era praticamente um estranho, mas que estava tendo o poder de perturbá-la seriamente.
Disfarçadamente ela admirou os cabelos escuros encaracolados que chegavam na nuca dele. Ela nunca gostara de homens de barba, mas nele ficava muito sexy e quando ele falava ela se concentrava na boca bonita dele. Mas o que ela mais gostava eram os olhos, verdes acinzentados. Às vezes ele tinha um jeito de olhar que era tão penetrante. Ela tinha certeza de que se ele quisesse poderia hipnotizá-la facilmente apenas com o olhar. E se ele fizesse isso ela faria qualquer coisa que ele pedisse.
A imagem dele deitado sobre ela com a boca devorando a sua foi tão repentina e forte que ela sentiu o rosto queimar. Desviou os olhos rapidamente antes que ele notasse seu comportamento.
Ele serviu dois pratos e para disfarçar ela puxou assunto sobre a descoberta do dia.
O assunto foi focado nisso e ela fazia um esforço para manter a conversa nesse tema.
- Lembrei de uma coisa. Sempre trazemos uma garrafa de bebida para comemorar uma grande descoberta. Estou com uma garrafa de vinho, você quer?
- Eu adoraria.
Num pulo ele correu até sua cabana e voltou rapidamente com a garrafa.
- Humm, muito bom – ela disse ao experimentar a bebida.
- Foi professor que me deu.
- Muito bom mesmo. Adoro vinho.
E daí a conversa transcorreu para bebidas preferidas e logo para coisas que gostavam.
A certa altura ele lhe perguntou desprentesiosamente:
- Você é casada?
- Divorciada. E você?
-Fiquei noivo uma vez, mas depois percebi que não era isso o que eu queria.
Ela olhava para a fogueira.
- Gostaria de ter percebido isso a tempo. Meu casamento foi um desastre - ela parecia mergulhada em lembranças.
Marek não queria pressionar, mas estava curioso.
- Ele é arqueólogo?
Ela olhou para ele e deu um sorriso triste.
- Ele é diretor de uma grande empresa.
Ela viu a expressão dele e atalhou.
- Pois é, foi uma bobagem. Eu achava que estava terrivelmente apaixonada por ele e que nossas diferenças não pesariam e sim seriam um desafio que fortaleceriam o amor. Nunca estive tão redondamente enganada em toda minha vida.
- E de quem foi a idéia de casamento? Dele?
- Não, minha.
- Por quê? Você estava grávida?
Marek já havia ultrapassado o limite da boa educação, mas o vinho e a curiosidade ignoraram isso. E ele percebeu que ela já estava um pouco alta e por isso ficara tão solta.
- Não, o motivo não foi esse. Eu tinha medo de ficar sozinha.
- Como assim?
- Medo da solidão. E no fim quebrei a cara.
Ele ficou em silêncio.
- Se pudesse voltar no tempo... – ela continuou.
- Ele não é uma má pessoa, éramos ambos jovens e foi uma tremenda burrada.
- Quanto tempo ficaram juntos?
- Cinco anos.
- Você pensa em casar de novo?
- Não – a resposta foi tão convicta que ele se assustou.
- Por que não?
- Acho que casamento não é pra mim.
- Mas nem sequer tentou? Algum namorado seu não falou em casamento?
- Não tive namorados desde que me separei.
- Por quê?
- Você poderia me explicar, Marek
Agora ele tinha certeza que ela estava bem alta.
-Eu?
- Onde estão os homens que querem compromisso?
- Provavelmente no mesmo lugar que as mulheres que querem compromisso.
- O que há com as pessoas hoje em dia? - Ela parecia não ter ouvido o que ele disse – Ninguém quer saber de ninguém, as pessoas não se olham mais, não sentam para conversar, não querem namorar mais, não querem ter que respeitar ninguém.
- Hoje em dia é a apologia do fast sex, rápido e sem compromisso. Você não pergunta nem nome, vai lá e pronto. Ninguém se importa com os sentimentos dos outros, é todo mundo usando todo mundo.
Ela ficou em silêncio e ele notou que os olhos dela estavam se fechando.
- Acho melhor deitarmos.
- Sim – ela concordou.
Ele se aproximou para ajudá-la a se levantar. Ela gemeu.
- A perna está doendo?
- Um pouco e a outra adormeceu – ela riu baixinho.
Ele a pegou no colo e ela encostou a cabeça no ombro dele. Ele a colocou em seu saco de dormir e tirou-lhe as botas.
Tirava-lhe a roupa ou não? Ele a observava com o corpo largado, tão indefesa.
Melhor deixar assim, ela se viraria.
Ele saiu rapidamente antes que fizesse algo que se arrependesse.
No dia seguinte ela acordou tarde. O sol quente estava a pino.
- Marek – ela gritou.
- Estou aqui – a voz respondeu lá do buraco.
- Por que não me acordou?
- Você está com a perna machucada, por que vou incomodá-la?
- Estou aqui para ajudá-lo e não para ficar dormindo.
Ela começou a descer.
O ambiente estava iluminado por dois lampiões e ele trabalhava numa espécie de pedra entalhada num canto. Estava sem camisa e as costas musculosas eram um convite para o toque. Sentiu um arrepio involuntário.
- Veja isso – ele disse convidando-a a se aproximou.
Havia uma inscrição na pedra e ela precisou se inclinar bem próxima a ele para lê-la. Quase estendeu a mão para o ombro dele em busca de apoio, mas conteve-se.
Ela leu o que estava escrito. Era algo que se referia à deusa Isis, mas não esclarecia muito porque faltava um pedaço.
Marek se entusiasmou com o fato dela poder traduzir muitas coisas ali. Ele estava num excelente humor e eles trabalharam bastante até fazerem a pausa para comer algo.
- Você está mancando bem pouco agora.
- Sim, está bem melhor agora. Em compensação acordei com uma terrível dor de cabeça. Na verdade acordei cedo, mas tive que tomar duas aspirinas e ficar deitada esperando melhorar. Foi o vinho ou sua comida que me envenenou?
- Minha comida não tem nada a ver com isso. Veja, eu estou vivo.
- O vinho estava tão bom... Seria até capaz de beber outro – ela confessou com uma expressão engraçada que o fez rir.
- Já vi que vou ter que esconder qualquer coisa que tenha álcool de você.
-Tão engraçadinho.
Voltaram ao trabalho. O clima leve e camarada entre os dois aumentara desde a noite anterior. Layla gostava muito da companhia dele. Apesar de ele ser o mais experiente dos dois constantemente lhe pedia opinião ou perguntava alguma coisa referente à cultura egípcia.
Mas apesar do clima amigável ela não conseguia relaxar com ele trabalhando sem camisa ao seu lado. Sem querer esbarrava no braço dele ou o seu braço encostava nas costas dele e parecia que uma corrente elétrica a percorria toda.
Em um certo momento Marek adentrou em um outro túnel e a chamou.
- Layla, venha aqui.
- O que foi?
- O que você acha que é aquilo?
Ele apontava alguma coisa no teto.
- Não sei. É um objeto encravado no teto?
- É o parece, pena que não temos uma escada aqui.
Olharam para os lados, mas não havia onde se apoiar, o objeto estava bem no centro do teto. Pensaram em como tirar o objeto dali.
- Só há um jeito – Layla disse.
- Como?
- Você me ergue e eu tento puxá-lo.
Ele pensou e achou que poderia dar certo. Ele era alto e ela quase da altura dele.
Ele a pegou pela altura do bumbum e a ergueu. Ela estendeu os braços para cima e conseguiu tocar o objeto. Estava bem preso.
- Preciso retirar com cuidado. Melhor pegar os instrumentos.
Ele a fez descer com cuidado. A camiseta se levantou até na altura dos seios enquanto ela escorregava pelo corpo dele. Apoiou-se nos ombros dele até sentir o chão sob seus pés, mas mesmo assim os braços dele não a largaram.
O abraço dele era apertado e o contato do corpo dele com o seu delicioso. Ela olhou para ele e os olhos dele a hipnotizaram por um segundo.
- Vou pegar os instrumentos – ela sussurrou e ele, parecendo despertar, afrouxou o abraço.
Ela foi para o outro cômodo sentindo as pernas trêmulas, pegou o que precisava e voltou.
Colocou os óculos de proteção e se aproximou dele. Ele abaixou-se e a ergueu.
Ela começou a trabalhar.
- Tenha cuidado – ele disse.
- Terei – ela respondeu sentindo a respiração da boca dele na pele da barriga que a camiseta deixava descoberta.
Um movimento dela fez desprender pó e algumas pedrinhas.
- Ai – ele protestou.
- O que foi?
- Quase acerta meu olho.
- Não olhe para cima, você está sem óculos.
Ele obedeceu e encostou a cabeça na barriga dela, a pele em contato com sua boca.
Deus, era muita tentação! Ambos pensavam.
Ela apressou-se em tirar aquela coisa. Jogou os instrumentos longe e puxou com as mãos. Ele percebeu o gesto dela.
- Cuidado, você pode quebrá-lo.
- Já está saindo – e ela deu um puxão que o fez perder o equilíbrio e ambos despencaram no chão.
- Marek, Marek, você está bem?
Ele respirava com dificuldade, mas ao abrir os olhos ele a viu sentada sobre ele. Começou a rir, mas as costas doeram.
- Ai...
Ela saiu rapidamente de cima dele.
- Venha, vou ajudá-lo a levantar-se.
Ele queria lhe pedir que ficasse onde estava, mas algo lhe dizia que ela talvez não gostasse.
Ele ergueu-se, ela pegou o objeto e ambos voltaram para cima.
- Você está bem?
- Estou mas foi uma pancada boa.
- Me deixa ver.
Ela deu a volta e tocou as costas dele, deslizando as mãos por toda extensão. Ela procurava ver se ele tinha se cortado ou algo assim mas admitia que era um ótimo pretexto para passar a mão nele.
Lembrou-se de como foi ficar sentada sobre ele. Deus, ele tinha um corpo!
- Acho que você está bem.
Eles estudaram a peça que parecia ser uma espécie de punhal. Restava saber como fora parar ali mas na verdade isso não era exatamente o que ocupava o pensamento de ambos.
Trabalharam na superfície até o final do dia. A tensão era quase palpável. Evitavam se tocar porque parecia que qualquer um poderia explodir a qualquer momento.
O ar estava quente, a lua enorme, o céu estrelado e os nervos dela à flor da pele. Ela nunca se sentira tão...intensa em toda sua vida. O coração parecia que sairia pela boca a qualquer momento.
Não sabia se poderia encará-lo. Achava que estava estampado em sua cara o que desejava. Mas ela sabia que sairia, sabia que queria que ele soubesse. Estava ficando louca, só podia ser.
Respirou fundo e saiu.
Marek já estava lá fora, sentado de costas para ela. Ela não fez nenhum barulho mas ele sentiu sua presença.
Sentia o cheiro do sabonete dela e isso o excitou como o mais poderoso dos afrodisíacos.
Ele voltou-se e lhe estendeu um prato com uma expressão séria.
- Está com dor? Gostaria de uma aspirina?
Ele a encarou de uma maneira tão profunda que ela prendeu a respiração.
- Sim – ele sussurrou.
Ela voltou até sua barraca e vasculhava sua mochila quando sentiu a presença dele. Parou o que estava fazendo e aguardou.
Sentiu as mãos dele em seus ombros. Ela suspirou, tremendo pela antecipação.
Sentiu a boca dele beijar sua nuca e encostou seu corpo no dele. Os lábios desceram por seus ombros e as mãos para seus seios. Ela jogou a cabeça para trás abandonando-se para ele.
Ele acariciava seus seios com carinho por sobre o tecido e então a fez virar-se de frente. Livrou-a da camiseta e ela ficou nua da cintura para cima. Ele a olhava encantado com a beleza de seus seios. Tocou-os com carinho e ela suspirou novamente.
Ele a puxou pela cintura e beijou-a. No início foi um beijo gentil, carinhoso mas logo se tornou intenso, urgente.
Ela também puxou a camiseta dele para cima e ele rapidamente a tirou. Ela também queria tocá-lo mas antes que tivesse chance ele estava inclinando-se para beijar seus seios.
A língua dele era quente, gostosa e envolveu seus seios com carinho e malícia. Ela gemeu deliciada e antes que percebesse estava deitada sobre o saco de dormir e ele puxava seu short para baixo.
Ela ficou só de calcinha e ele acariciou-a sobre o tecido, excitando-a, deixando-a prever o que estava por vir.
Então ele se inclinou sobre ela e a beijou novamente e em seguida escorregou seus lábios por toda extensão do corpo dela.
Conforme seus lábios aproximavam-se da calcinha as mãos dele a puxavam para baixo já deixando o caminho livre para sua língua voraz.
Ele a estava levando à loucura e ela achava que a qualquer momento explodiria.
- Marek...- ela gemia sem forças.
E então de repente ele estava deitado sobre ela beijando-a e ela concluiu que nunca sentira sensação mais gostosa do que o contato do corpo dele no seu.
Sem parar de beijá-la ele afastou suas pernas e a penetrou gentilmente.
Ele foi conduzindo-a com carinho, ganhando a confiança dela e aumentando o ritmo aos poucos.
Seus corpos estavam muito próximos, eles suavam. Layla acariciava as costas, os braços dele, beijava seu pescoço. Estava tão excitada como jamais imaginara.
Marek afastou-se e levantou-a fazendo com que ficassem sentados um de frente ao outro. Encaixou-a novamente sobre ela, deixando-a no comando.
- Você é linda! – ele disse beijando-a.
Ela sorriu sentindo-se realmente a mulher mais bela e desejável do mundo.
- Você também!
Não era só uma retribuição de elogio, era verdade. O corpo dele era deliciosamente lindo!
Marek a segurou pelos quadris e ajudou-a a aumentar o ritmo.
Layla inclinou o corpo para trás apoiando-se nos braços dele. Essa posição fez com que os seios ficassem expostos para ele e Marek não resistiu.
Layla sentiu que estava perdendo o controle e num gesto de urgência enterrou as unhas no braço dele. Os gemidos de ambos encheram o ar e ela não conseguiu mais continuar. Abandonou-se sobre ele sentindo o corpo todo tremer.
Passaram a noite fazendo amor.
Acordaram tarde no dia seguinte e à noite eles juntaram seus sacos de dormir e fizeram amor do lado de fora.
Marek deitado de costas observava deliciado Layla se mover sobre ele. O cabelo esvoaçando com a brisa da noite, os seios dourados pela luz da fogueira. Ela era uma deusa, deusa linda do amor.
No outro dia ela estava limpando alguns objetos que eles encontraram quando sentiu os braços dele à sua volta.
- Amanhã o professor e o resto da equipe vão estar aqui. Acho que nós poderíamos tirar o resto do dia de folga depois do almoço.
Ele beijava sua nuca e ela se voltou para ele sorrindo.
- Ah, é? E o que vamos fazer no nosso dia de folga?
- Eu estive pensando numas atividades bem interessantes.
Para excitá-la ele sussurrou algumas sugestões em seu ouvido.
Ela gemeu, apertando o braço dele.
- Acho que não vou agüentar esperar até lá.
Ele riu deliciado com os olhos castanhos que estavam da cor de chocolate derretido. Ela ficava deliciosa quando estava excitada.
De repente ouviram um barulho de motor.
Marek deu a volta no acampamento a tempo de ver três jipes enormes se aproximando.
Um sorridente professor desceu do primeiro jipe que chegou.
Eles se olharam espantados.
- Professor, que surpresa! Pensei que só viria amanhã.
Ele aproximou-se sorrindo.
- Ah, Marek, meu caro, conseguimos terminar nosso trabalho e viemos voando para cá. Todas as novidades que você me disse eram por demais excitantes para esperar. E eu sei como você está desesperado para sair daqui.
Ele virou-se para Layla.
- Layla, minha querida, quanto tempo.
Layla aproximou-se para abraçar o velho amigo procurando disfarçar a decepção.
O acampamento antes silencioso foi tomado por uma verdadeira invasão de gente, barracas e equipamentos.
- E eu tenho uma ótima surpresa para vocês. Como essa semana não estava no plano de nenhum de vocês eu os estou liberando imediatamente.
Ele virou-se para Marek e estendeu-lhe algo.
- Aqui está, meu caro, sua passagem de volta. Seu vôo sai hoje à tarde.
E voltando-se para Layla disse:
- E você, minha querida, recolha suas coisas. Você irá comigo imediatamente para a Universidade. Vamos levar o que vocês acharam e analisar com sua equipe mas preciso de sua preciosa ajuda.
Então o professor se afastou curioso com tudo à sua volta.
Marek olhou para Layla sem saber o que dizer e de repente todos os seus amigos estavam à sua volta perguntando-lhe mil coisas.
Mas o que ela mais ouvia é o quanto ele desejava ir embora para tirar suas tão desejadas férias. Algo nessas palavras a feriram demais.
Quando percebeu ela já havia se afastado.
Não puderam se falar desde então.
O professor ofereceu-se para levar Marek de volta ao Cairo e como ele não via Layla há anos foi sentado no banco de trás conversando com ela enquanto Marek ia na frente com o motorista.
Ele deixou Marek na porta do hotel onde Layla fora buscá-lo na sua chegada.
Marek pegou na mão dela e ela percebeu que ele não sabia o que dizer e para não prolongar uma situação embaraçosa ela simplesmente disse:
- A gente se vê.
E ele simplesmente respondeu:
- É.
E o jipe se foi.
Dois dias depois ele se encontrava na praia de Bondi Beach em Sidney. Não era época de temporada para turistas e a cidade não estava invadida.
Ele não parara de pensar em Layla. A separação repentina deixou um gosto amargo na boca dele. Ele não pensava em se envolver com ninguém mas não queria que as coisas tivessem terminado de forma tão brusca.
Marek desejou essas férias há tanto tempo. Estava cansado, esgotado e queria ficar sozinho. Alguns dos solteiros da equipe planejavam as férias juntos mas dessa vez ele queria um tempo só para si.
Mas após uma semana sozinho na cidade australiana ele se sentia estranhamente solitário. Evitava pensar nela mas os sonhos eram inevitáveis.
E a imagem do corpo dela nu à luz da fogueira não lhe saía da mente.
Ele decidiu sair à noite. Foi numa danceteria.
Uma morena bonita lhe chamou a atenção. Ela tinha um corpo sensacional e olhos verdes reluzentes.
Tentou puxar conversa mas ela não tinha muito dizer.
Passaram a noite juntos e no dia seguinte ele disse:
- Me dá seu telefone. Vamos combinar de sair novamente.
A morena linda deu um sorriso torto para ele.
- Para quê, amor? E quebrar a magia desse encontro? Vamos deixar as coisas assim, ok?
E ela se foi.
Ele se sentiu usado e então lembrou-se do que Layla disse à beira da fogueira. Ela tinha razão, as pessoas só queriam usar umas às outras hoje.
E de repente ele lembrou-se de que ela poderia estar pensando o mesmo dele.
Ele não a usou, não mesmo. Não? Não! Ela fora especial! Ela era especial! Era especial, linda, maravilhosa, encantadora, brincalhona, sexy, inteligente...Marek de repente parou.
Que bobagem fizera? Como deixara que ela se fosse daquela maneira? E ainda a deixara ir se sentindo usada!
Pegou o telefone e discou o número do rádio do professor.
- Alô
Ele não conhecia essa voz.
- Posso falar com o professor, por favor?
- O professor foi ao Cairo, quer falar com outra pessoa?
- Não, não, você sabe me dizer se Layla, a moça egípcia está aí?
- Não, ela foi embora.
- Foi embora? Quando?
- Há três dias.
Ela não estava mais lá. O único lugar onde poderia encontrá-la era na Universidade.
Marek comprou passagem para o Egito no mesmo dia.
Sua mente era um turbilhão só. Tentou se distrair ouvindo algumas músicas no avião. Entre as opções havia Layla do Eric Clapton. Ele começou a se desesperar com a demora.
Chegando ao Cairo foi direto para a Universidade. Procurou a faculdade de Sociologia e soube que ela havia trancado a matrícula e voltara para Londres.
Com muito esforço conseguiu o endereço dela e foi para Londres. Ele estava cansado e dormiu no avião o tempo todo.
No dia seguinte à tarde ele estava na capital inglesa em frente ao prédio onde ela morava.
Tocou a campainha mas ninguém atendia. Uma pessoa estava saindo do prédio e ele aproveitou para entrar.
Ela não estava em casa então ele esperaria ali fora, sentado.
Fechou os olhos e recostou a cabeça na parede.
Foi despertado pelo toque de uma mão em seu rosto.
Abriu os olhos e lindos olhos cor de chocolate sorriam para ele.
- Marek, o que faz aqui?
Como resposta ele apenas a puxou para si e a beijou.
E para finalizar um vídeo muito romântico. Vocês vão adorar!
Beijos.
Fofoca: estão filmando um novo Robin Hood. Russell Crowe interpretará o herói mas eu quero mesmo é o Sheriff de Nottingham (olhinhos revirando).
Fiquei a suspirar ai ai...!Esta música de Bryan Adamas é intemporal!!!Paty tá ficando lindo noooosssssa que inspiração!!!Tou anciosa pelo desenrolar da história, eu adoro Marek e ainda não desisti de encontrar o filme !!!Pois só vi quando aluguei e soube a pouco!!!Ele é lindo e ficava tão bem como Robin Hood! Acho Russel já um pouco passado mas gostos não se discutem!Continua amiga e me dá noticías!1Um beijo
ResponderExcluirMeu Deeeeeeeeussss, olha vou te dizer tava precisando viu, eu não vou descrever aqui algumas sensações que tive durante a leitura por considera-las impróprias kkk é serio amei, mas vem cá vai ter continuação eu pensei que tinha terminado mas se tiver melhor só não esquece do meu stranger por favor, aquele homem sério ui, com aquela jaqueta de couro e calça jeans, aquele olhar que diz tudo e nada ao mesmo tempo, ai só em pensar que aquela tonta não agarrou aquele homem e ainda por cima deixou a gente na vontade, mas vc não vai deixar não é amiga? eu sei que não, pode usar e abusar desta sua imaginação fértil que nos deixa tão satisfeitas rsrsrsrs, beijão
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